O Elas Lideram é o maior evento de liderança feminina do Brasil, reúne mulheres que estão fazendo a sua história, impactando positivamente o mercado, revolucionando a gestão das empresas, trazendo ganhos reais nos negócios por meio da inovação, engajamento e representatividade. Mas antes que a gente te conte mais sobre como irá funcionar a edição deste ano, queremos saber: Você já parou pra pensar qual o lugar das mulheres na história quando o assunto é liderança?
Para falar de liderança feminina na atualidade, inevitavelmente temos que dar uma breve pincelada na nossa história pregressa, olhar para o passado nos ajuda a perceber e entender a importância das conquistas femininas ao longo dos séculos.
Se hoje podemos ocupar posições de liderança nas mais diversas áreas da sociedade, mesmo enfrentando a desigualdade de oportunidades e de salários, é porque outras antes de nós tiveram a coragem de questionar a realidade que lhes foi imposta.
Façamos um exercício. Imagine que amanhã você chegará no trabalho e ao abrir seu e-mail será surpreendida pelo seguinte comunicado: “naturalmente as mulheres são inferiores aos homens, em nível cultural, social e intelectual”, portanto, as posições chaves da nossa organização, as quais estão atreladas as tomadas de decisões, a partir de agora devem ser preenchidas preferencialmente por colaboradores do sexo masculino. Imaginou?! Qual seria a sua reação?
Do ponto de vista ético é quase impossível imaginar a sentença “naturalmente inferiores aos homens” sendo mencionada dentro de qualquer organização em pleno século XXI, correto? A desigualdade de gênero continua sendo um tabu e um desafio na atualidade, mas que acontece muitas vezes de forma silenciosa dentro das organizações.
Porém, vale lembrar que nos anos 1700 era exatamente assim que as mulheres eram vistas e tratadas pelos homens ao redor do globo como sendo “seres inferiores em nível cultural, social e intelectual”. Predominavam regras masculinas, impostas por regimes em sua grande maioria patriarcais, aos quais as mulheres eram subordinadas.
A palavra protagonismo se refere ao processo de “protagonizar, de ser o protagonista, o figurante principal de uma apresentação. Deriva do grego protagonistes, onde ‘protos’ significa principal ou primeiro e ‘agonistes’ significa lutador ou competidor”. Ou seja, podemos afirmar que ao longo da história as mulheres protagonistas foram aquelas pioneiras na luta pelos nossos direitos.
A luta organizada pela igualdade de gênero nasce no início do século XVIII, quando o Iluminismo deu ênfase ao desenvolvimento intelectual e à liberdade individual, porém, as mulheres não estavam incluídas no pacote. Foi então que as pioneiras começaram a se organizar em prol da igualdade de oportunidades, para que as novas liberdades também fossem aplicadas a elas.
Desde então, a luta das mulheres por representatividade; acesso à educação; igualdade de direitos civis e políticos; liberdade de ser e viver como bem entenderem; de dizerem o que pensam e ocuparem cargos de liderança vem sendo uma luta constante ao longo dos séculos. Uma luta com conquistas estruturantes, mas que ainda não terminou e terá que ser encarada de frente pelas futuras gerações.
Muitas das nossas conquistas do século XVIII até os dias atuais estão relacionadas ao movimento feminista, mas antes que alguém se manifeste contrária ao movimento (o que está tudo bem se você não se identificar), vou me apropriar das palavras da jornalista e escritora Lucy Mangan: “feminismo é um negócio complicado. Há muita ignorância, assim como estereótipos, hostilidade e pura confusão”. A jornalista é autora de ‘O Livro do Feminismo’, cuja leitura recomendo, trata-se de um apanhado histórico sobre o movimento feminista no mundo.
O fato é, sendo feminista ou não, você é mulher e saber como os direitos que temos hoje foram conquistados pode ser um poderoso argumento a seu favor, um ingrediente essencial para o empoderamento feminino. Vamos a alguns fatos e conquistas que merecem ser lembrados:
Influenciada pela Revolução Francesa, a escritora britânica Mary Wollstonecraft publicou a ‘Reivindicação dos direitos das mulheres’, que identificou a tirania doméstica como a principal barreira que impediam as mulheres de viverem vidas independentes e chamou a atenção para a necessidade das mulheres terem acesso à educação e ao trabalho.
No Brasil, somente a partir da Lei Geral – promulgada em 15 de outubro de 1827 – é que meninas foram autorizadas a ingressar em colégios e estudassem para além da escola primária. No entanto, meninas e meninos tinham currículos diferentes, segundo os magistrados da época as meninas não precisavam do mesmo grau de instrução dos meninos, como dito no discurso do senador Visconde de Cayru (BA), registrado até hoje nos arquivos do Senado.
Na França, Suzane Volquin se torna editora do primeiro jornal feminista para a classe trabalhadora, o Tribune des femmes.
Elizabeth Blackwell se torna a primeira mulher a se graduar em uma faculdade de medicina nos Estados Unidos.
Editado por mulheres e direcionado para mulheres, surgiu o Jornal das Senhoras, editado no Rio de Janeiro pela argentina Joana Paula Manso de Noronha (1819-1875). A publicação afirmava que as mulheres não deveriam só aprender boas maneiras, piano, bordado e costura; e pedia aos homens que não as considerassem mais sua propriedade.
A emancipação das mulheres está diretamente relacionada ao acesso à educação antes resumida à esfera doméstica. No Brasil, somente em 1879 as mulheres conquistam o direito de frequentar as universidades. Hoje, nós mulheres somos a maioria na educação superior brasileira, segundo apontou o Censo da Educação Superior 2018, realizado e divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Na Nova Zelândia, mulheres conquistam o direito ao voto. É a primeira vez que esse direito é conquistado pelas mulheres de qualquer lugar do mundo.
O Partido Republicano Feminino reivindicava o direito ao voto e à emancipação feminina. Foi criado no Rio de Janeiro pela sufragista Leolinda de Figueiredo Daltro (1860-1935).
O sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro Código Eleitoral brasileiro em 1932. Uma conquista que aconteceu graças à organização de movimentos feministas no início do século XX, que tiveram grande influência na luta por direitos políticos das mulheres nos EUA e na Europa.
Poder votar, estudar, trabalhar, se candidatar a cargos públicos, ocupar posições de liderança são direitos das mulheres que não surgiram naturalmente como lembramos acima, pelo contrário, são fruto de inúmeros movimentos de reivindicação, luta e persistência das mulheres que nos antecederam.
Vamos dar uma olhada no cenário atual?
Estudo do Fórum Econômico Mundial, publicado em 2018, mostra que serão necessários mais de dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho. É isso mesmo que você acabou de ler DOIS SÉCULOS!
Você sabia que apenas 6.7% dos Chefes de Governo do mundo são mulheres? Em 2020, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um verdadeiro raio X sobre o progresso das ações em prol da igualdade de gênero, o caminho a percorrer é longo!
No Brasil, segundo levantamento realizado pelo LinkedIn em 2021, a força de trabalho brasileira é composta por 80,1% de homens e 61,9% de mulheres, sendo que nós mulheres representamos apenas 39,4% dos cargos de gestão do país.
Não há como falar de igualdade de gênero no mercado de trabalho sem levantar o tema da equidade salarial. No Brasil, a diferença salarial entre homens e mulheres é gritante! Quando se trata de cargos de direção, o abismo é ainda maior. Homens recebem em média R$ 20, 6 mil de remuneração mensal em cargos de direção (CLT), sendo que mulheres na mesma posição recebem em média R$ 9,4 mil, segundo pesquisa apurada pelo Smartlab com dados fornecidos pela RAIS – Relação Anual de Informações Sociais disponibilizada pelo Governo Federal.
No sistema de inovação, onde estão posicionadas as startups, a desigualdade de gênero também é uma realidade, uma vez que 90,2% das startups brasileiras são fundadas exclusivamente por homens, segundo a publicação Female Founder Report 2021, produzido pelo Distrito.
O ELAS LIDERAM é um evento promovido pela WOMEN LEADERSHIP com propósito de incentivar mulheres a se tornarem protagonistas das suas vidas e fortalecerem seu papel como líderes na sociedade. A ideia é criar um movimento em prol da equidade de gênero no mercado de trabalho, onde os temas essenciais para uma maior presença feminina dos mais diversos ecossistemas não sejam tratados apenas no Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março.
A primeira edição do ELAS LIDERAM aconteceu em 2021 e contou com a participação de mais de 8 mil mulheres. Foi um encontro poderoso e transformador, os feedbacks de quem participou foram tão positivos que nos incentivaram a manter o projeto vivo e levá-lo adiante.
Em 2022, a novidade está no formato, o evento ganhará 3 edições temáticas que irão acontecer ao longo do ano. A primeira delas, mantendo a tradição, será nos dias 08 e 09 de março com o apoio do Vale do Pinhão da Prefeitura de Curitiba, cujo tema é ELAS LIDERAM com PROTAGONISMO.
O evento será online e gratuito, só clicar no botão abaixo para garantir a sua participação!
Em breve contaremos mais sobre as próximas edições do evento! Fiquem de olho!
LEMBRETE: UNIDAS SOMOS MAIS FORTES! Se queremos um mundo com oportunidades igualitárias para homens e mulheres, cabe a nós nos posicionarmos. Transformar nossa realidade é possível quando acreditamos e trabalhamos duro para isso.
Qual o seu lugar nessa história? Desejo que seja o de uma protagonista, que terá orgulho do legado que ajudou a construir. E nós aqui da Women Leadership estamos aqui para ajudá-la na sua jornada de liderança feminina!
Nos vemos em breve, logo ali no Elas Lideram com protagonismo!
Autora: Daniella Barbosa
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